“My date with Drew”

Acabei de assistir esse filme. A história em si não oferece nada de grandioso. Longe disso. Não há segredos obscuros, tramóias ou enigmas a revelar, piruetas e saltos mirabolantes nas alturas nem lutas espetaculares. Absolutamente nenhum bad boy, CIA ou FBI, crime, nada. Também não tem atrizes de beleza estonteante, nem galãs de bilheteria. Essa é a hora de você perguntar “Certo, mas então qual é a boa?”

O enredo surgiu sem grandes aspirações. Trata-se da história real de um indivíduo, Brian Herzlinger, um jovem de 27 anos, com aspirações a cineasta, que, por uma feliz ocorrência, ganha pouco mais de US$1.000 em um game show. Uma fortuna para quem vive na dureza, mas que dá a Brian a oportunidade de investir, ou melhor, realizar um sonho pessoal: marcar um encontro com a garota dos seus sonhos, de quem é fã desde criança. Nada demais, não fosse o fato de se tratar de uma mega estrela do cinema. Senhoras e senhores, Drew Barrymore.

A história simples e comum encontra empatia no público. Imagine só! Você, amante inquestionável de cinema, fã apaixonado de Angelina Jolie, colecionador inveterado de tudo quanto é notícia da polêmica atriz, realizando o sonho de conhecer pessoalmente a sua deusa. Consegue imaginar? Nem em sonhos?

Pois é exatamente esse pensamento derrotista que Brian pretende tirar de sua cabeça. Ele quer mostrar que é possível qualquer pessoa realizar seus sonhos. Juntando-se a amigos, orça um projeto cabível na quantia miraculosa. Assim Brian tem exatos 30 dias para conseguir seu intento. Com base na regra dos seis graus de separação, que diz que a distância entre um ser humano e outro, em qualquer ponto da Terra, é de seis pessoas (ou menos) -, ele decidiu tentar chegar até a atriz Drew Barrymore, marcar um encontro com ela e documentar a empreitada.

E é assim em um clima e cenário bem prosaico que vamos acompanhar essa aventura, desde o aluguel da câmera, tudo, absolutamente tudo, passa a ser filmado. A bagunça típica de uma casa de solteiro, as reuniões de equipe, as frustrações e alegrias, aquela cena de almoço de família no domingão, a tia gorducha fazendo o que mais gosta, comendo e parlapeando entre garfadas, a priminha pentelha fazendo caretas na câmera... a casa simplória dos pais, onde não falta o sofá feinho, com aspecto de gasto e a cristaleira cheia de trecos... o quarto de adolescente, com gavetas sem puxadores, atoladas de segredos, sonhos e história. Enfim um sujeito comum, simpático, mas que mais do que eu e você correu atrás de realizar seu sonho.

Assistir o filme é emocionante. Perceber que o esforço vale a pena, que é recompensado. Talvez não no ritmo de nossas vontades ou necessidades. No caso do cara, eram 30 dias, ao fim dos quais ele precisava devolver a câmera e voltar à sua labuta diária. Junto com o filme, ele tinha o site e foi esta a grande sacada. Após 30 dias, o DVD virou meio que um projeto familiar, que àquela altura, ficava rodando entre os amigos, já o site, o mundo pôde assistir e se solidarizar com um sonho meio infantil, meio adolescente, que afinal é também meio que um pedaço da história de todos nós.

Pegue o filme, assista e perceba que todos os felizes acontecimentos são fruto da ação do dono da história. Nada lhe cai do céu direto na mão. Nosso herói corre atrás. Nenhuma barreira o detém em seu intento de chegar à sua musa. Caminhos, conselhos e ações das mais hilárias, tudo é válido. Entre alegrias e frustrações o final... bom o final não deixa de ser surpreendente. Portanto, amigo(a) vá atrás dos seus sonhos. Não se diminua, não arrume desculpas, não diga nunca “Nem em sonhos”, porque o sol realmente nasce para todos e a vida, a sua vida, é você -, deve ser você -, quem comanda, assim tome as rédeas e vá à luta, vire seu próprio herói.
Viva!

Imagem do blog http://cinemaepipoca.blogspot.com/2007/05/meu-encontro-com-drew-barrymore.html

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