Faça as pazes com você mesmo


"Resiliência, palavra chave para a felicidade, 
para a realização pessoal e para o sucesso profissional." (Vinícius Soares)

Sabe aquelas fases em que você se sente até um nada? Um inútil, um derrotado?... 

Claro que emoções não vêm do nada, algo desencadeia uma série de pensamentos que vão detonando com você lentamente até chegar a uma só conclusão, enclausurando-o em um único sentimento de derrota: sou um inútil.

Daí em diante o seu cérebro se comporta como um amigo da onça, passando boa parte do tempo lembrando você de todas as suas frustrações, de todas as vezes que você foi um idiota, todas as vezes que você falhou como ser humano e profissional. Todas as vezes em que perdeu uma oportunidade na vida porque foi covarde, e teve receio de sair de sua zona de conforto, porque desviou sua atenção de seus objetivos, ou simplesmente porque foi irresponsável e deu mais importância àquela sonequinha gostosa após uma noitada das boas, ao invés de pular da cama e ir à entrevista marcada, à prova de cálculo... Suas memórias surgem a galope, uma lembrança atrás da outra, fracasso atrás de fracasso. Todas as malditas vezes em que caiu no buraco. 

Ei... ei... ei... Pare por aí... Pare de chorar o leite derramado. Levante e retome seu lugar na fila. 

Na verdade, embora não pareça, seu cérebro está apenas correspondendo aos seus sentimentos do momento, entrando no mesmo clima de irracionalidade, se deixando levar, digamos assim. Afinal ele funciona como um funcionário puxa saco, fazendo de tudo para agradar o chefe. Assim, se você cai numa de autocomiseração se achando o cara mais infeliz do planeta, seu cérebro trata logo de mostrar serviço. Para ele o 'chefe' quer ser um fracassado, recordar tudo que mostre que ele é um perdedor. E lá vai ele.

Claro que sob certos aspectos seu cérebro parece é estar se comportando como seu pior inimigo, isto porque, e definitivamente, você perdeu o controle de sua mente, a sua racionalidade, e como alguém tem que manter a empresa funcionando, nem que seja de forma capenga, seu 'funcionário', toma as rédeas. E o que pode fazer um funcionário destreinado? Obviamente o coitado vai fazer o que sabe: deixar o chefe feliz. Então ele capricha na empreitada.

O duro no processo é que, na maioria das vezes, você já vivenciou o mesmo sentimento outras vezes, mas ali está você de novo. Pensa em como é cansativo, frustrante, será que não está na hora de tapar os buracos e dar um fim aos tropeços? Então, vamos lá! Acredite, o caminho é treinar o seu 'funcionário' para captar os sinais, as ameaças, os gatilhos que podem desencadear nova crise. Assim, na próxima, ele dará uma de esperto, bancará o racional e salvará o chefe, você, de outra roubada. Criando desta forma uma memória resiliente. 

Quando uma nova crise ameaçar, seu cérebro agora blindado, mais que o funcionário fiel, será o amigão do peito. Sentindo os sinais, ele correrá de fato em seu socorro, antes que você se afunde na fossa, te lembrando que tal como no passado, a onda vai passar. É só uma fase, e toca a encher suas lembranças dos tantos sucessos. Te deixando de bem com você mesmo. 
Será o... cara!





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